Caro leitor,

Acredito que a interação de ideias faz parte do crescimento individual e coletivo, em toda extensão do conhecimento. Só cresce aquele que encontra o que busca e o mais importante: compartilha.
Suas opiniões serão bem vindas!

quarta-feira, 24 de março de 2010

OBSTÁCULOS SUBMERSOS

Em um passeio a uma barragem próxima, meus três filhos pediram para deixá-los saltar de uma ponte recentemente construída. O pedido foi recebido com uma recusa definitiva. Não só o mergulho representava um salto de quatro metros, expliquei, como também poderia haver obstáculos submersos capazes de machucá-los.
Meu filho do meio, porém, não se convenceu com a minha explicação e sugeriu ao irmão mais velho que sondasse a água para verificar o local onde queriam saltar. Acabaram por descobrir que a profundidade era ótima e não havia problema algum ali. A tarde foi magnifica para eles.
Não posso deixar de relacionar essa experiência com a vida de todos os dias. Quantas oportunidades já não perdi em razão de “obstáculos submersos” que provavelmente nunca existiram?
Paul Coetser –

Este pequena experiência mencionada no espaço de Paul Coetser, levou-me a pensar em meus medos, principalmente como mãe de dois adolescentes. E concordo quando ele diz - “ Não posso deixar de relacionar essa experiência com a vida de todos os dias. Quantas oportunidades já não perdi em razão de “obstáculos submersos” que provavelmente nunca existiram?”

O medo de errar, de enfrentar o desconhecido, medo de correr riscos fazem surgir os obstáculos submersos. É verdadeiro que as oportunidades são deixadas a passar a diante de nós, simplesmente porque temos medo. O medo é um sentimento paralisante. Deixamos de agir e reagir tudo em nome do medo. Ele pode ter sido nos ensinado desde pequenos e/ou nós mesmos o criamos.
O fato é que o medo faz com que cada pessoa tenha reações diferentes diante dele. Para alguns é motivo de frear e ficar sem reação, para outros a reação é instantânea e imprevista, uma ação sem pensar. Tanto uma como à outra são frustantes, onde não há o domínio sobre o medo. Aqui a superação tem que ser ativada e custa bem mais àquele que a sente a eliminar e saber trabalhar com esses sentimentos negativos resultantes de ambas reações.

PORQUE OS RAPAZES VIRAM PAIS!

Será por causa das crianças? De jeito nenhum!
Há pouco tempo eu estava visitando uns amigos e a dona da casa pediu ao marido que fosse montar o ferrorama no quarto das crianças, para que os dois, Florian, 2 anos e Katherine,3, deixassem-nos à vontade. Os homens e as crianças desapareceram escada acima. Dez minutos depois, porém, os pequenos estavam de volta, pulando em torno de nós, as mães. Só os pais é que não retornaram.
Nossa filha ainda não tinha 4 anos quando meu marido surgiu com um kit de peças de metal para montar. Com os olhos faiscando, ele abriu o pacote e mostrou a Annika como unir as peças. Depois de uns 15 minutos, ela surgiu na cozinha, choramingando. Mas o pai continuava no tapete da sala de visitas, onde ficaria durante horas tentando armar o guindaste que tanto o fascinara quando tinha 10 anos.
Parece que algumas mulheres ainda pensam que o desejo do marido de ter filhos é uma prova de amor. Eu mesma pensava assim quando, depois de 10 anos, meu querido conseguiu imaginar-se pai e assim se tornou para mim mais do que o simples parceiro de um periodo da minha vida. Um fato é certo, porém: os rapazes viram pais para poder voltar a brincar, principalmente com aqueles brinquedos que lhes foram negados quando eles eram pequenos. A vida é dura para os homens...
Ou será que você consegue outra explicação para o fato de os quartos de crianças com menos de 2 anos estarem cheios de trenzinhos elétricos? Nossa filha Annika, agora com 7 anos, ainda não conseguiu se entender com o kit de peças de metal, para grande decepção do pai, que,apesar disso, ainda não desistiu de tentar despertar o interesse dela. Bem, pelo menos é o que ele diz...
Não que as mulheres também não se metam em atividades fora do comum quando se tornam mães. Eu mesmo não sou exceção: desde que minha filha fez sua primeira tentativa de esquiar, desenterrei um par de esquis que estava guardado há anos.
Da mesma forma, a natação é disciplina em que estive longe de ser campea a vida inteira e na qual descobri novos prazeres depois que Annika disparou na minha frente, ao mergulharmos no lago.
Mas com os homens é diferente: eu me diverti muito vendo como um de nossos amigos, de 50 anos, decidiu se aventurar no gelo, aos trancos e barrancos, depois que o filho começou a jogar hóquei sobre o gelo. E como estava feliz! Perguntei à mulher dele se não ficava preocupada com o perigo de o marido quebrar um osso. E ela respondeu: “Sabe o que é? A mãe dele o proibia de patinar com medo de que se machucasse ou quebrasse uma perna.”
Por isso o marido ficara em êxtase quando o filho surgira com a ideia de jogar hóquei sobrew o gelo. Ela acrescentou:”Meu marido disse imediatamente:”Claro, claro, jogue sim, meu filho. Eu vou jogar também!”
Isso confirma minha teoria de que os homens em algum momento desejam realizar antigos sonhos de crianças. A geração de 50 anos tem muito que tentar alcançar. Em vez de ficar impondo disciplina, eles dão aos filhos, e em consequência a si mesmos, a chance de realizar todos os desejos. E acabam se deixando levar pela empolgação.
Quando se fala em computador, acontece o mesmo. Não, é claro que o chefe de familia não vai se sentar diante do computador para se entregar a joguinhos. Mas, graças a Deus, existem uns softwares para crianças que são o máximo. E adivinhem quem os traz para casa e passa horas brincando com eles? Ah, é claro que o papai só está fazendo isso por motivos pedagógicos.
Texto redigido por Christine Schulz .
Fiquem pensando ao terminar de ler o artigo acima, duas coisas me são bem nítidas: - não só os meninos como as meninas, quando reprimidas na infância e/ou na adolescência terão o desejo de realizar na fase adulta, o que lhes foi proibido. Não importa se já é casado, ou tenha filhos. Há uma diferença de comportamento entre o sexo feminino, que muitas vezes impõe ao filho a sua frustação, para que se realize o seu desejo contido, e o sexo masculino de voltar a fazer coisas que não fizeram com a desculpa de estar ajudando aos filhos. São dois comportamentos destruidores de personalidades, individualidades.
A isso eu chamo de impor aquilo que eu desejo, desejei para criaturas que talvez não tenham nenhuma vocação.
Eu, mesma me vi desejando que minha filha tocasse piano e para minha alegria, ela se interessou em aprender a tocá-lo. Porém foi por algum tempo. Cantar e tocar piano foram coisas muito preciosas para mim. Não foram estimuladas por meus pais, era coisa minha, mas que por razões financeiras não me permitiram continuar. Todavia, eu me vi triste quando ela desistiu e até tentei encorajá-la a continuar. Levou algum tempo para perceber o que estava fazendo – realizar meu desejo através dela.
Para mim isso é uma violação de individualidade, mas, infelizmente é comum entre os pais. Talvez essa geração, já não tenha esse tipo de comportamento, pois, vivemos o tempo em que os filhos são os que violam os direitos dos pais.

quarta-feira, 17 de março de 2010

No amor há medidas?

O que exatamente quero dizer? O Significado real da palavra medida, segundo o dicionário da língua portuguesa Michaelis, a define como: grandeza determinada que serve de padrão para avaliar outras do mesmo gênero; parâmetro. A palavra amor vem do latim (amore) significa grande afeição de uma pessoa por outra, simpatia,carinho, grande amizade, ligação espiritual.

Toda palavra possui dois sentidos – o denotativo e o conotativo. Destes, provém os vários significados para uma mesma palavra. A que conclusão quero chegar? Simples, depende do sentido a que você dá as palavras que escolhe utilizar. Por isto, temos opiniões diversas e que nos possibilitam ir mais longe em nossas percepções. E através delas surgem as mudanças, as adequações, o novo. Um exemplo simples: se compararmos uma gramática antiga à uma atual (não estou falando de reforma ortográfica) mas do enfoque dado a determinadas palavras ( conceitos, definições), que se ampliam na medida em que o homem vai percebendo seu mundo com um novo olhar. Veremos a diferença conceitual entre elas.

Perceba: Se aplicar à palavra medida o conceito de um parâmetro, posso afirmar que – no amor há medidas. Caso contrário, não poderia distinguir paixão de amor, gostar de amar...
Porém, se à medida considero-a como intensidade, logo o amor é sem medidas. Porque amamos com intensidades diferentes, dependendo da personalidade de cada um.
Dizem que na medida em que amo, mais irei amar. Aqui temos o enfoque de permissão. Quanto mais eu me permito amar, mais serei amado e amarei. De igual maneira posso afirmar que o amor tem medidas.

Para a ciência em tudo há uma grandeza de medida, pois não existe formas iguais sem parâmetros. Não posso criar um determinado objeto sem aplicar-lhe limites de medidas. Como posso definir que algo é pequeno ou grande, largo ou estreito, fino ou espesso, reto ou torto... Se não tenho uma medida que a torne assim, daquele jeito diferenciador do outro?
A medida é essencial para estabelecer as diferenças, as igualdades de tudo que existe, até mesmo de nossos sentimentos e emoções.